quarta-feira, novembro 02, 2005

NOS LAGOS DO AMOR

Marcus Ottoni


“A acareação confirmou que R$ 30 milhões teriam ido para o PT e R$ 25 milhões para os aliados. Temos alguém assumindo que autorizou o pagamento, Valério admitindo que pagou e beneficiários reconhecendo que receberam. Independentemente dos valores, está caracterizado o crime.”
Rodolpho Tourinho (PFL-BA), subrelator de movimentação financeira da CPI do Mensalão.
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Karl Leite


Nos Lagos do amor
Para o meu Leléo


Nos lagos,
nos rios de amor
que te encontrei
te amei.

E gostei.

Hoje, as coisas são diferentes:
são diferentes as flores
as rosas
do nosso jardim

Para te amar outra vez,
basta lembrar o beijo que te dei,
esse beijo de saudade
do amor que a ti devotei.

Nossas vidas, sei
merecem um novo encontro.
Aquele amor que te dei
Foi, de todos,
o mais sincero: amei!

Gardênia Lúcia


Um novo talento assoma
- seu nome é Gardênia Lúcia

Ninguém por cá mais embroma,
Meméia que se precate,
Bob Motta não é mais vate
- um novo talento assoma !
É uma mestra no idioma,
e competente na astúcia...
Vai por fim à nossa súcia,
quem for poeta aqui some...
Querem saber quem, o nome ?
- seu nome é Gardênia Lúcia !


Laélio/2005



O BECO DA LAMA III

O Beco da Lama Três,
faz chorar e faz sorrir.
A emoção se mistura,
relembrando Baltamir.
Seu Almeidinha e os fuxicos,
as lembranças de Titico,
e a saudade de Nazir.

A risada de Vicente
Enfermeiro, e Diomar.
Severino Gonorréia,
bebum, sem poder falar.
Com seu charuto bonito,
o Doutor Manoel de Brito,
sorrindo prá se lascar.

Veca das motocicletas,
biritando sem parar.
Desde o tempo do Oásis,
lacrimejo ao relembrar.
Nosso Maínha soprando,
seu sax melodiando,
no velho Codorna Bar.

Seu Rubens filosofando,
criticando a cretinice,
já respondia irritado,
a qualquer idiotice:
Tenha santa paciência;
não venha com inteligência,
deturpar minha burrice.

Nosso Beco é mesmo um mundo,
concordo com o parecer.
Cultura em "banda de latra",
prá emprestar, dar e vender.
E na expressão da verdade,
eu tenho a felicidade,
de no Beco, conviver...

Bob Motta

Mellisa or Hoffman?

Fazia tempo que ele só pensava nela, dia e noite, como um vício. Estava ficando preocupado com a sua sanidade mental, mas desde que acessara aquele site feminino e lera os contos eróticos de Mellisa Hoffman, não parava de pensar, de fantasiar um encontro e de imaginar como ela era fisicamente. Às vezes, na rua, via alguém com as características relatadas nos textos e sonhava com ela. Não tinha mais paz. Sua vida se restringia ao trabalho de repórter de TV, num programa voltado para o cotidiano e fatos policiais da cidade numa grande emissora e imaginar a escritora.

Um dia, entrevistando uma certa Milena, errou o nome duas vezes trocando pelo nome de sua amada. Depois disso, tomou uma decisão: iria conversar com os seus dois melhores amigos, o escritor Charles Phelan e o jornalista e também escritor, Cid Augusto. Marcou no tradicional Bar do Ku, num sábado. Queria se abrir. Talvez fazendo isso – pensava – consiga me livrar dessa perseguição mental, desse amor que está me levando a loucura e provocando até novas alergias!

No bar, não demorou em abrir seu coração, com muito entusiasmo. Tanto, que relatou até alguns momentos mais íntimos de suas fantasias com a sua amada escritora, dizendo que por mais de duas vezes havia até sentido um grande prazer sexual. A velha masturbação.

Durante o relato era evidente o desconforto de Charles, que em nenhum momento se manifestou, enquanto o jornalista Cid Augusto parecia se divertir com a história, participando com prazer dos sonhos libertários do repórter, que entre outras coisas, disse que não poderia morrer sem conhecer a “escritora mais sensual da história da internet”.

O tempo passou. Mais de três anos. Durante esse período os três amigos sempre se encontravam para umas cervejas nos fins de semana, sendo que vez por outra o nome de Mellisa Hoffman vinha á tona. Aí, o repórter não se controlava e falava horas no seu amor secreto. Até que um dia, quando os três bebiam, coincidentemente no Bar do Ku, Cid Augusto não se conteve:

- Amigo, eu não agüento mais. Desejo lhe dizer que conheço Mellisa Hoffman há muito tempo e somente não lhe apresentei por falta de coragem.

O apaixonado não se conteve de curiosidade, remexeu-se na cadeira. A conversa tomava um rumo absolutamente novo. Perguntou:

- Faltou coragem por quê? - disse quase irado, desconfiado.

Charles olhava as mangueiras floridas do mês de outubro, olhar distante, quando Cid Augusto, suspirando em busca de coragem, relatou pacientemente:

- Você sabe, amigo... Na internet ninguém se identifica. Você lê a coisa, mesmo num site feminino, mas não sabe quem escreveu, ou melhor, não sabe se é homem ou mulher, ou até mesmo um travesti...

- Espere! - gritou o repórter - o que você está querendo me dizer?

- Bem... Eu quero lhe apresentar Mellisa, ou melhor, Hoffman, ou melhor ainda, Charles Phelan. Aperte a mão dele Charles...

Dedé, o garçom, correu para acudir o experiente repórter, que desmaiado, com olhos abertos fitava o céu como se ele tivesse caído de uma vez em cima dele.

Leonardo Sodré

por Alma do Beco | 9:34 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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