sábado, outubro 01, 2005

O LIVRO DE DANIEL

Marcus Ottoni



“Vamos dar uma lição de voto nessa turma? É difícil, eu sei. Não custa, porém, tentar, até que a esperança vença a falta de vergonha.”
Taumaturgo Rocha, em comentário no becodalama@yahoogroups.com

SAMBA

Esse deus
Essa grande invenção
Tão confortante
De ancestrais
Leva além
Traz aquém
De todo limite!
É implosão
Explosão
Buraco negro
Pulsar...

Eduardo Alexandre


Data



1º de Outubro de 1977
I Exposição da Galeria do Povo
Contorno da Ladeira do Sol
Praia dos Artistas, Natal/RN



O LIVRO DE DANIEL



In memoriam
Simon Wiesenthal



Martelando a casca dura dessa História,
Revelando velhas rotas
Mentiras,
(Carne teutônica dançando celebrando cenários de carnificinas)
Tua voz mostrou a criação de técnicas de massacre eficientes,
Para esmagar os trompetes de Gideão e,
A flauta de Mohammad,
Ou mesmo a minha voz;
Tua voz despertou a dor de uma velha ferida
Causada por balas de 9 mm, pelo encanamento de câmaras de gás
Feitas em Ohio e vendidas em Hannover por
Corretores da Rua 47.
O que dizer, então:
Justificar tanto sangue nas costas de um só monstro?
Cardeais, advogados, juízes, carteiros, jardineiros,
O vizinho da esquina e a bisavó tão boazinha com
Dez netos vestidos de assassinos,
Treinando tiro ao alvo com os crânios de meus rabinos,
Rindo quando os corpos convulsos caíam na vala comum,
Rindo e imaginando ser Tristão, Brunhilda ou Gudrum,
Brincando de morte na esquina
De uma Strasse qualquer em Berlim.
Esse o quadro que tuas mãos revelaram ao mundo
Que tenta de todas as formas, agora, esquecer.
Hoje, novas palavras tecem o mesmo texto de sombra,
Destruição e agonia.
Hoje, o mesmo texto oculta da curta memória do povo
O império de sombra e sombra
Criado nas barbas desse mesmo povo.

Mas teu gesto manteve o shofar sonante,
A Menorah acesa,
O Muezzin atento a essa aurora vermelha,
Num deserto cheio de ecos repetindo aeternum
A última cláusula do Parágrafo Ariano.


*O poema foi sugerido pelo excelente livro do Dr. Daniel J. Goldhagen “Hitler’s Willing Executioners”, Doubleday, 2005.

Marcílio Farias

por Alma do Beco | 6:56 PM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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(Serenata do Pescador)


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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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