quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Clube dos Inocentes


Professor Melquíades

Diógenes da Cunha Lima

Leio os originais do Clube dos Inocentes. À cada página, a memória bem me acode trazendo alegria intensa e quase lágrima. Peço licença a Melquíades, meu antigo professor de Inglês, para o verso inarredável nesta hora: “Nothing that we love over much/Is ponderable to our touch”, Yeats. Em verdade, nada do que amamos demais pode ser avaliável pelos sentidos comuns.
O Clube dos Inocentes era um ambiente mágico, privilégio de treze pessoas como que cercadas e aureoladas por um arco-íris reinventado por Câmara Cascudo. O Clube não tinha sede. A sede era a casa, ou o coração, dos reis-vassalos. A norma do Clube era não ter normas. E ainda esta norma era infringida. O galo, símbolo de inspiração nobre, tinha a vulgar origem do número treze do jogo-do-bicho. Tudo isso nos lembra Melquíades, neste seu livro.
O Clube foi um antecessor mais fantasioso que a cinematográfica Sociedade dos Poetas Mortos.
Na noite de iniciação, fui sagrado, ajoelhei-me em almofada vermelha, cabeça baixa sob espada empunhada por Cascudo que me mandou jurar a partir daquele momento ser apenas Rei de todos e vassalo de cada um. Recebi as insígnias e a Comenda que fora conferida pelo Papa ao ora sagrante, dono da casa. A Comenda da Ordem de São Gregório Magno pousou, por uma noite, sobre os meus ombros e tive a sensação alegre da responsabilidade religiosa e, ao mesmo tempo, de estar cometendo um pecado venial.
O acadêmico José Melquíades nos restitui esses encontros de emoção, com seu humor e o Latim de que é mestre.
Este livro tem a delícia da lembrança e marca (quem sabe?), sugestões a outros novos clubes inventados.
Todos os sócios eram perpétuos enquanto bem servissem; tudo seria perpétuo enquanto durasse. Este livro faz o Clube perpétuo.

In Clube dos Inocente, José Melquíades
Centro Senai de Artes Gráficas “Henrique D`Ávila Bertaso”
Porto Alegre/RS, 1992.

por Alma do Beco | 12:43 PM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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